domingo, 31 de janeiro de 2010

O chato de se ser dona-de-casa (sim, desesperada...) é que enquanto toda a gente anseia fervorosamente pelo fim-de-semana, nós ansiamos arduamente pela segunda-feira.
Para mim, os fins de semana não são mais do que uma carga de trabalhos. Quando era suposto aguardar pelo fim de semana para sair, ir dar uma volta, SAIR DE CASA, vá, não: Toda a gente quer estar dentro de casa a fazer mais lixo do que o normal e a exigir refeições faustas, lanchinhos, merendas, snacks e coisas que tais. É absolutamente desanimador.E nós, se serviço.
Isto, a juntar ao facto que o fim de semana tem que ser, porque sim, a altura das limpezas a fundo, porque se no Domingo apetecer receber visitas (humpf!...), ou não, tem que estar tudo num brinquinho. Ou melhor - a ESCRAVA de serviço tem que se esmifrar a lavar, esfregar, passar, arrumar, mais um bocado para que os outros possam sujar e desarrumar à vontade. "Os outros", basta que sejam os de casa. Esses já tratam perfeitamente do assunto, quando o assunto é deixar provas da sua passagem por tudo quanto é lado.
Isto pode parecer um bocado anti-social... e é. Mas de facto é desanimador. Especialmente quando se detesta mexer em lixo, em coisas gordurosas, em esfregonas, em pó, e especialmente, quando se odeia cozinhar. O que é o meu caso, unfortunately.
Portanto, minhas queridas aspirantes a donas de casa: esqueçam lá isso. Não há folgas, não há fins de semana, não há férias - porque nas férias continuamos a ter as mesmas incumbências.. - e não há sequer ordenado - só queixas e nada de reconhecimento. E pacotes vazios de batatas fritas e bolachas, e migalhas, pratos sujos e copos e garrafas de sumo, meias sujas e camisolas, a multiplicar-se como coelhos pela casa toda.
O que vale é que amanhã é segunda feira...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Deveres adquiridos

Esqueçam lá isso da igualdade dos sexos. Não há nada mais desigual que os sexos.
Para além da anatomia, o que é óbvio, essas tretas que andaram para aí a contar acerca da libertação feminina não passam disso - tretas.
Sim senhora, é tudo muito lindo se a mulher for suficientemente esperta para se manter solteira: aí sim, dá largas à sua liberdade e o céu é o limite.
No entanto, se uma tipa comete o erro crasso de se meter com um homem ao ponto de levar um para casa - ou então, pior, ir viver para casa de um - bem pode esquecer que as suas antepassadas andaram a queimar soutiens no meio da rua.
Os homens tem séculos de experiência na domesticação de mulheres, sabemos disso. Mas é um abuso a maneira como nos dizem que está escrito que temos que fazer em casa as coisas que ELES dizem que são NOSSAS INCUMBÊNCIAS - lavar, passar, arrumar, cozinhar, e tratar da criançada (somem isso ao trabalho fora de casa e à necessidade de se manterem sensuais, joviais, magras e bem dispostas, e começam a pensar que o Hércules era um mariquinhas, comparado com qualquer mulher...)
Está escrito aonde??? OK, a Bíblia não conta.
Desenganem-se aquelas que dizem que eles fazem isto porque não tem competência para fazer essas coisas. TÊM SIM SENHORA. O meu co-piloto aqui em casa cozinha muito melhor do que eu, benza-o Deus. E a generalidade dos homens sabe passar a ferro e arrumar e limpar exímiamente, só precisam de aplicar o mesmo tempo de aprendizagem que aplicam à bola e aos jogos de computador. E convencê-los disso? "Não... isso não é natural..."
E lá vou eu passar mais um cesto de roupa...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Entre tachos e peúgas


Entre teias de aranha e muito pó, resolvi por a maquineta do raciocínio a trabalhar (há quanto teeeempo!!!) e vou publicar as fantásticas aventuras de uma mulher cujo destino (!) quis que se transformasse numa sopeira. Mas desenganem-se, que não é glamorosa como as donas de casa (desesperadas) da série americana, nem sequer é boa dona de casa, ou coisa que o valha...
Wilma.. porque reside no meu imaginário como a dona de casa mais paciente de todas: filhos e vizinhos malucos, um dinossauro dentro de casa e um Fred Flinstone sempre aos berros...
Isto no fundo mais não é que uma série de desabafos em que se enumeram todas as maneiras e mais algumas de se anular uma mulher. Nem sempre... mas quase.
Auto-comiseração? Sim, e depois?...